Chile, Brasil e Eleições 2020 - Cenas dos próximos capítulos


O Chile vive um momento de grande tensão política.

Tal qual o Estado de São Paulo em 2013, o Governo chileno aumento em R$ 0,20 o valor da passagem do metro, e isso desencadeou uma onda de manifestações na capital do país, assim como ocorreu em São Paulo em 2013 e espalhou-se por todo o Brasil.

Seria vinte centavos um número cabalístico que desencadeia protestos?

R$ 0,20 ou 30 pesos são suficientes para mobilizar opositores e convocar enormes manifestações, ao ponto do presidente chileno decretar toque de recolher?

Óbvio que não são apenas os vinte centavos que motivam todos estes movimentos. O descontentamento com o Estado, e principalmente, qual deveria ser seu papel é o cerne desta discussão.

Qual o papel do Estado? Quais os limites de sua atuação? Qual taxa de impostos ideal para custear este Estado?

Saúde, educação e segurança? Assistência social? Cultura? Subsídios a produção? Regulamentação?

Os americanos são, em geral, contra a intervenção do Estado na economia. Mas em 2008, com a crise imobiliária, o governo optou por salvar bancos e aumentar o déficit público em 12% (aqui uma matéria interessante sobre o assunto).

Este exemplo esclarece que o papel do Estado muda de acordo com o cenário. Anos atrás o Brasil vivia um momento econômico tranquilo, com aumento real do salário mínimo e programas como minha casa, minha vida, redução do IPI da linha branca, bolsa-família consumiam uma fatia considerável do orçamento público. Hoje, a reforma da previdência, a trabalhista, privatizações são a pauta com o objetivo de ajustar as contas governamentais (o tal do ajuste fiscal).

Tais mudanças estão diretamente ligadas aos projetos de cada governo. Governo escolhido e eleito pela população. E aqui pode haver o estopim das manifestações.

A comunicação entre governo e governados tem ruído? O Presidente, sua equipe, deputados, senadores conseguem dialogar com a sociedade na medida do desejo dela? Aliás, eles escutam a sociedade?

A tecnologia revolucionou a comunicação. Primeiro as cartas e o telégrafo, depois o telefone, o email, o SMS e, finalmente, o Whats app.

Se você mandasse uma mensagem para alguém agora e a pessoa demorar 15 minutos para responder, a resposta foi rápida? Se demorar 2 horas? Se demorar 1 dia?

Quanto tempo o governo demora para responder uma mensagem da sociedade sobre qual deve ser o papel do Estado?

Em 2020 teremos eleições para prefeito, quem não estiver disponível para ouvir as mensagens da sociedade perderá este bonde. Aliás, perderá o Uber, porque bonde é coisa do passado.

Fonte da imagem: https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/cinco-anos-apos-protestos-por-r-020-onibus-do-rio-somam-6-aumentos-de-tarifa-e-prisoes-por-corrupcao.ghtml

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