Movimento não é Partido!
"O Bivar está queimado, esquece o Bivar, esquece o PSL.".
Foi assim que Jair Bolsonaro orientou um militante de seu partido, o PSL. Rumores sobre sua saída do partido já ventilavam antes disso, e acabaram por ganharem força após esta situação.
Os partido políticos no Brasil não gozam de grande credibilidade com os eleitores. Classificados como oportunistas e interessados no poder, os partidos estão longe de suas origens ideológicas, no senso comum.
Entretanto a estrutura política brasileira tem como base e premissa a instituição partidária, sem um partido político, ninguém pode ser candidato. Integrantes do Movimento Brasil Livre (MBL) filiaram-se ao DEM, do movimento vem pra rua ao NOVO, e os bolsonaristas ao PSL.
Aqui surge a diferença, toda associação e grupo político é legítimo, mas não é um partido.
Estes grupos se formaram em um determinado contexto, qual seja:
- Governo do PT com alta rejeição;
- Associação deste governo e de seus principais líderes com casos graves de corrupção;
- Um desgaste natural após 14 anos de governo PT;
- Crise econômica.
Veja que os fatores políticos precedem a crise econômica, que vem listada por último. Sim, o fator político, ao meu ver, sobrepõem-se ao aspecto econômico.
Assim, desde 2013 diversos movimento emergiram questionando aspectos estruturais (como investimento em educação, saúde e segurança), mas principalmente aspectos conjunturais, como construção de estádios para Copa do Mundo de 2014, escândalos de corrupção de grandes líderes do governo PT, que culminaram no processo de impeachment de Dilma Roussef.
As eleições municipais de 2016 evidenciaram a força anti-petista. Doria, MBL, Fora PT (que teve até dancinha), destacaram-se e o PT, por sua vez, foi o grande derrotado. Estes resultados, somados a ascensão de Temer à presidência, demonstram que estes movimentos teriam alcançado sua pauta principal?
Não. Nas eleições de 2018 o fantasma do PT estava de volta e estes movimentos reuniram-se em torno de um nome: Jair Bolsonaro.
Um nome que se descolava de velhas siglas como PT, PSDB, MDB, que soube verbalizar a indignação popular com as práticas políticas. Um candidato que passou 60% da campanha internado em decorrência de uma facada. Um candidato de oposição a todos.
Bolsonaro derrotou o PT de Fernando Haddad no segundo turno. Agora sim. O movimento alcançou seus anseios. O PT estava fora do poder.
Mas o partido, o PSL, constituiu-se de movimento de pauta definida. Não há mais nada ali. Não há mais propostas, não há um projeto de país. Não há mais nada.
Bolsonaro tem razão. Esquece o PSL.
Fonte da imagem: https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/partido-politico.htm
Gostei muito da visão abordada! Muito coerente com o momento atual.
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